18 de set. de 2014

#resenha 14 - Quem é você, Alasca? - John Green

Nome: Quem é você, Alasca?
Autor: John Green
Nº de páginas: 226
Editora: WMF Martins Fontes

Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras - e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em  direção ao "Grande Talvez".
Como sempre, sou muito suspeita para falar do John Green e seus livros. Já li alguns e sou apaixonada por eles. Mas com Quem é você, Alasca? a história é diferente. É realmente um dos livros da minha vida, aquele que eu sempre indico, aquele do qual eu sempre lembro.

Já comentei em outras resenhas que os livros do John seguem um certo padrão. Todos eles são um pouco filosóficos, fazem a gente refletir muito a respeito de alguma coisa. Em Cidades de Papel, Margo vadia uma jornada perpétua e me faz pensar a respeito do que eu estou fazendo com a minha vida. É isso o que eu quero mesmo? Tem certeza que você não está seguindo um roteiro pré-estabelecido pela sociedade? Margo quebra as regras, foge, vai tentar descobrir um rumo só seu.

Em O Teorema Katherine, Green aborda a questão da lembrança, do que a gente faz na vida, do que a vida faz da gente. Collin queria ser importante, e descobriu que isso está relacionado com aquilo que fazemos todo dia. Nós valemos o quanto valorizamos. Podemos ser importantes hoje, mas amanhã, daqui um mês ou alguns anos, podemos ser totalmente esquecidos. A única coisa que resta são as histórias. Elas sobrevivem ao tempo, ao espaço, a tudo.  E ele precisou (quase) desenvolver um teorema sinistro para entender isso.

Hazel Grace e Augustus Waters me ensinaram a simplesmente viver. Com tempo de vida praticamente pré determinado, os dois vivem uma história de amor muito bonita. Cada um de nós tem seu próprio infinito, e ele pode ser incrível, se a gente souber expandir, se a gente deixar que as coisas bonitas cheguem, se a gente hm, se permitir! 

E então, Alasca e Miles invadiram a minha vida! Miles queria encontrar o Grande Talvez, e eu me identifiquei muito com ele nessa parte. Eu saí de casa e fui atrás de um Grande Talvez, eu ainda estou em busca do meu Grande Talvez, ainda faço as curvas da infinita highway esperando ansiosa pelo que vem depois. Na vida, o que não dá, é pra se manter na inércia. De verdade. Como disse John Green: "nasci no labirinto de Bolívar, então devo acreditar na esperança de Rabelais por um Grande Talvez".

François Rabelais. Era poeta. Suas últimas palavras foram: "Saio em busca de um Grande Talvez". É por isso que eu estou indo embora. Para não ter que esperar a morte para procurar o Grande Talvez.

E Alasca veio me perguntando uma coisa muito séria, que vira e mexe me atormenta: e agora, como sairei deste labirinto? Simón Bolívar não sabia, Alasca não sabia, Miles também não, muito menos eu. Mas a resposta aparece como num passe de mágica: "a única maneira de sair do labirinto é perdoar". E é exatamente isso. A gente só consegue sair das nossas próprias prisões quando nos perdoamos, seja lá pelo que for. 

Não é a vida nem a morte, o labirinto. (...) O sofrimento. (...) São as coisas erradas que fazemos e as coisas erradas que fazem conosco. Essa é a questão. Bolívar estava falando sobre a dor, não sobre a vida e a morte. Como saímos deste labirinto de sofrimento?

Além disso, Miles ainda me explicou que somos realmente invencíveis. Todas as experiências que eu tenho da vida, meus relacionamentos e meu código genético, se somados não cabem em mim. Nossa energia é indestrutível. Nós não a criamos e também não a destruímos. Somos mais que a soma das nossas partes. 

Não nascemos, nem morremos. Como toda energia, nós simplesmente mudamos de forma, de tamanho e de manifestação. 

Aprendi com Alasca e Miles tudo o que sei sobre sair do labirinto, buscar um Grande Talvez, se perder e se encontrar e trotes legais. Eles me mudaram. 

Ela me ensinou tudo o que eu sabia sobre lagostins, beijos, vinho tinto e poesia. Ela me mudou.

Bianca Colvara 

P.S: Já li esse livro faz tempo, mas só escrevi uma resenha pra ele hoje, infelizmente. Na verdade, é pra minha aula na faculdade, mas resolvi postar aqui assim mesmo :)

1 comentários:

Unknown disse...

Simplesmente a melhor resenha que já li sobre esse livro! Parabéns!!!

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